Apaguem da memória o meu rosto, que não o reconhecerão mais. Pensem em mim como se de um estranho se tratasse. Alguém que em tempos conheceram e foi levado para longe, nos desterros da consciência. Não vos fará falta, garanto-vos, porque também eu acabarei por me esquecer da aparência que já tive. Um qualquer Dorian Gray consumido até ao tutano, sem mácula física de velhice. Isto que lêem é o meu retrato. O meu retrato envelhecido, enegrecido, que suporta o flagelo dos meus actos, para que nada se reflicta no meu gesto, e que, aos poucos, consumirá o que resta da lucidez do meu espírito.
quinta-feira, novembro 10, 2005
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