domingo, julho 03, 2005

Como gelo que derrete

Tens contigo o sol, a lua;
A seca, a chuva na tua mão;
O mundo inteiro concentrado
Em permanente contradição.

Adorar, ser adorado;
Ouvir cada grito num murmúrio,
Cada segredo mil vezes sussurrado.

Escutar o mundo...
Provar na língua aquele sabor!
Estender os braços e acreditar!
Inspirar fundo!
Gritar!

E no olhar trocado,
Num silêncio de entusiasmo e agonia,
Sentir aquele torpor na barriga,
De quando te sonho acordado.

Raio de luz,
Rasgando o espaço gelado,
Que, por ver-te, derretia.

Sol poente, sol nascente,
Aurora que inundas cada hora,
Cada pensamento do meu dia.

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