Gostava de ouvir-te, amigo, falar sobre a amizade, sobre o amor que une, o respeito, a admiração e o sentido metafísico que te leva a gostar de alguém.
Há um acordo de mentes, uma sintonia de vontades, uma inexperiência do outro que assusta, fustiga e vicia.
Não quero perder-te. Quero contar contigo e, acima de tudo, que me deixes tomar conta de ti como a um irmão. Conta comigo. Inspira-me com o que és, o teu testemunho tão diferente e original.
Guia-me na descoberta de ti. Abandona-te à confiança e não te deixarei nunca cair sozinho. Fala comigo como a um amigo sincero, porque há um sentido para tudo e se hoje aqui estamos é para tocarmos as vidas mútuas.
São camadas enevoadas que procuro afastar, cortinas de teias que descerro para olhar, nem que apenas por um segundo, a tua luz, a tua chama.
Sinto uma promessa de gratidão que incita o atrevimento. Desculpa a ousadia. Mas tenho de entrar e trazer-te comigo.
Há uma estima, uma vocação, um chamamento, uma alegria interior tão repentina e intensa. Tem de ser uma paixão. Não pela carne, mas pela mente, pelo espírito.
«É este o equívoco das paixões que oscilam entre o sublime e o grotesco».
E o que recebo afinal? Algo de ti, imperceptível?
O abismo desemboca aos meus pés como um teste à gravidade e ao equilíbrio. Paixão e obsessão. Cara e coroa da mesma moeda.
E humilhação? Apago-me perante ti, como que desprovido de virtude, orgulho ou estima própria?
Não é esse o propósito. Nem tão pouco justificável para que haja aceitação.
É antes um braço que estendo em primeiro lugar, para que a tua mão o possa agarrar - assim o queira.
Porque, como em Sartre, a minha aspiração é simples, o meu sonho também: o de um «tratado das paixões que se inspirasse nesta verdade tão simples e tão profundamente desconhecida [...]: se amamos, é porque é agradável».
Se te amo, é porque és agradável. Nada mais. Pois este é o maior elogio que podes receber. O maior que te posso dar. Para mim, tu és agradável.
Procuro descobrir o valor da paixão e, no entanto, sou insensivelmente levado a julgá-la. Julgar a paixão é julgar-te a ti. E julgar-te é colocar-me acima e não a par.
Quero ser par, não supra.
Há um acordo de mentes, uma sintonia de vontades, uma inexperiência do outro que assusta, fustiga e vicia.
Não quero perder-te. Quero contar contigo e, acima de tudo, que me deixes tomar conta de ti como a um irmão. Conta comigo. Inspira-me com o que és, o teu testemunho tão diferente e original.
Guia-me na descoberta de ti. Abandona-te à confiança e não te deixarei nunca cair sozinho. Fala comigo como a um amigo sincero, porque há um sentido para tudo e se hoje aqui estamos é para tocarmos as vidas mútuas.
São camadas enevoadas que procuro afastar, cortinas de teias que descerro para olhar, nem que apenas por um segundo, a tua luz, a tua chama.
Sinto uma promessa de gratidão que incita o atrevimento. Desculpa a ousadia. Mas tenho de entrar e trazer-te comigo.
Há uma estima, uma vocação, um chamamento, uma alegria interior tão repentina e intensa. Tem de ser uma paixão. Não pela carne, mas pela mente, pelo espírito.
«É este o equívoco das paixões que oscilam entre o sublime e o grotesco».
E o que recebo afinal? Algo de ti, imperceptível?
O abismo desemboca aos meus pés como um teste à gravidade e ao equilíbrio. Paixão e obsessão. Cara e coroa da mesma moeda.
E humilhação? Apago-me perante ti, como que desprovido de virtude, orgulho ou estima própria?
Não é esse o propósito. Nem tão pouco justificável para que haja aceitação.
É antes um braço que estendo em primeiro lugar, para que a tua mão o possa agarrar - assim o queira.
Porque, como em Sartre, a minha aspiração é simples, o meu sonho também: o de um «tratado das paixões que se inspirasse nesta verdade tão simples e tão profundamente desconhecida [...]: se amamos, é porque é agradável».
Se te amo, é porque és agradável. Nada mais. Pois este é o maior elogio que podes receber. O maior que te posso dar. Para mim, tu és agradável.
Procuro descobrir o valor da paixão e, no entanto, sou insensivelmente levado a julgá-la. Julgar a paixão é julgar-te a ti. E julgar-te é colocar-me acima e não a par.
Quero ser par, não supra.
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